De botas e chapéu, os cinco chegaram montados em seus cavalos. A cidade estava quase deserta, com seus poucos habitantes já recolhidos ou trancando suas portas.
Estavam sujos e
barbudos, com as armas à mostra, cavalgando lentamente pela terra batida. Olhos
curiosos observavam pelas janelas enquanto eles desciam dos animais e caminhavam
até o bar.
O líder do bando,
com olhos perdidos e voz cavernosa, pediu uma rodada de conhaque.
-Desculpe, mas estamos
fechando – disse o proprietário, visivelmente incomodado.
O bando permaneceu
em silêncio, aguardando as bebidas.
-Você me ouviu?
Estamos fechando.
Mas nem aquilo ou os passos às suas costas pareceram lhes incomodar. Permaneceram
imóveis, silenciosos, mesmo quando o xerife anunciou sua chegada.
-Senhores, o bar já
fechou. Não estão vendo as cadeiras em cima das mesas? O que procuram por aqui?
O líder voltou-se
para o xerife, e os outros quatro o imitaram.
-Viajamos muito. Queremos
descansar.
-Bem – disse o
xerife – Acho que vocês terão que cavalgar até a cidade vizinha.
Suas mãos estavam
próximas o bastante do coldre, para caso fosse preciso sacar o revólver.
O líder do bando o encarava
com olhos que expressavam cansaço e indiferença.
-Escutem aqui –
continuou o xerife, alterando a voz. –Vocês vão sair por onde entraram,
colocarão suas bundas sobre seus cavalos, e sairão da minha cidade sem olhar
para trás, entenderam?
Eles continuaram
parados, com olhares débeis.
O xerife irritou-se
e sacou a arma.
-Muito bem, vocês
estão presos. Joguem suas armas para cá.
Não houve qualquer
reação por parte dos cinco.
-Nós podemos
resolver isso de um jeito fácil ou difícil. Qual vai ser?
E engatilhou o revólver.
Nisso, o local foi
invadido pelos passos apressados de uma jovem.
-Christie? O que
você está fazendo aqui? Volte logo para casa!
Ela ficou parada entre
o bando e o xerife.
-Não, querido! Abaixe
a arma. Você precisa deixá-los ir!
-Mas o que você
está falando? Saia logo daqui. Não vê que eles são perigosos?
Eles continuavam
lá, com a mesma expressão exausta, sem emitir qualquer som.
-Deixe-os ir, por
favor!
Ela e o xerife
abriram caminho, e todos os cinco deixaram o bar com passos pesados. Lentamente
subiram em seus cavalos e seguiram para o Oeste.
-Eram eles, querido!
Você não os reconheceu? Os assassinos de Valley River!
-O que? Você ficou
louca, Christie? É impossível que sejam eles.
Ela estava
ofegante, com os olhos arregalados.
-Eles foram
contratados para matar uma pessoa de lá, mas como não sabiam exatamente quem
era, assassinaram toda a cidade, inclusive as crianças.
O xerife procurou fingir
alívio.
-Minha querida, eu
conheço esta história. Foi o massacre mais sangrento de que se tem notícia neste canto do país. Eu mesmo já estive lá em Valley depois disto, e tive calafrios. Não sobrou ninguém na cidade! Mas Christie, não é possível que estes homens que entraram aqui sejam eles, porque aqueles foram capturados, presos e enforcados.
O xerife estava
certo. O que ele não sabia era que, desde então, os cinco pistoleiros cavalgavam eternamente de cidade em
cidade, procurando o homem que os contratou para cobrarem o ouro prometido.
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