E eis que, num ímpeto de inspiração, Mike começou a escrever um romance. Isolou-se no escritório de casa e durante cinco dias e cinco noites não interrompeu a escrita nem para comer ou dormir. A mão só descansou quando a derradeira frase encerrou o texto com maestria. "Minha obra-prima!", exclamou para si mesmo, exausto, ao pingar o ponto final.
Relendo aquelas centenas de páginas finalizadas, animava-se mais a cada frase. "Isso está muito bom! Nem parece que foi escrito por mim!", pensou. E então uma voz sussurrou em seu ouvido: "E não foi mesmo...".
-O que? Quem disse isso?
Uma mulher com um majestoso traje vitoriano materializou-se na porta, impedindo sua passagem.
"Esse livro é meu" - ela disse. "Você só foi a mão que segurou a pena. Sou a verdadeira autora".
Mike agarrou-se ao manuscrito, impressionado com a aparição.
-Quem é você? O que quer?
-Chamo-me Madame Laura Coogan, e este é o nome que deve constar na capa do livro.
-Não! O autor sou eu!
A mulher ficou irritada.
-Essa é a minha história! Fui eu quem a ditou nos últimos cinco dias!
Mike saiu correndo e, com os olhos fechados, atravessou a mulher, que continuava a reclamar. Correu até tropeçar e rolar escada abaixo.
Foi encontrado pelos empregados na manhã seguinte, delirando.
"Fui eu! Quem escreveu fui eu". Era o que ele repetia quando os funcionários da casa de repouso vieram buscá-lo.
Ao seu lado, ia uma pessoa que mais ninguém podia ver ou ouvir.
"A autora sou eu!".
SHOW. VOU USAR NA SALA DE AULA, OK? MTO STEPHEN KING . AMEI
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